O que é
O planejamento estratégico (PE) é um processo estruturado que ajuda organizações a definir onde estão, para onde querem ir e como chegar lá. Ele orienta as decisões de longo prazo, conecta os objetivos estratégicos às ações diárias e garante que os esforços estejam alinhados com a missão, visão e valores da empresa.
Suas origens estão ligadas ao conceito de estratégia na área militar, adaptado ao ambiente corporativo a partir dos anos 1960. Autores como Peter Drucker foram fundamentais para popularizar o PE no contexto empresarial. Desde então, ele evoluiu como uma prática indispensável para empresas que buscam sustentabilidade e competitividade.
Mais do que um plano, o planejamento estratégico é uma ferramenta para ajustar o posicionamento da organização às mudanças do mercado e preparando-a para cenários futuros.
Benefícios do Planejamento Estratégico
- Definição de prioridades: Ajuda a organização a concentrar seus recursos e esforços no que é mais importante, evitando dispersão.
- Alinhamento organizacional: Garante que todos os colaboradores compreendam o papel de suas atividades no alcance dos objetivos da empresa.
- Tomada de decisão baseada em dados: Proporciona informações concretas para decisões mais assertivas.
- Antecipação de cenários futuros: Identifica tendências e desafios para que a empresa se prepare e minimize riscos.
- Monitoramento de resultados: Facilita a análise do progresso e permite ajustes para melhorar o desempenho continuamente.
Como fazer um planejamento estratégico em 5 passos
1. Defina missão, visão e valores
Nesta etapa é definido o que chamamos de “identidade organizacional” composto por 3 elementos básicos: A missão, a visão e os valores (MVV).
A missão é a razão de ser da organização, ou seja, o propósito que orienta suas ações. Exemplo: “Fornecer soluções inovadoras que transformem a gestão empresarial.”A visão descreve onde a empresa deseja estar em um futuro específico, como: “Ser referência nacional em soluções de gestão em 5 anos.”Os valores refletem os princípios que guiam a conduta da organização, como ética, inovação e foco no cliente.
Vamos a um exemplo: Imagine uma empresa de tecnologia especializada em soluções para condomínios residenciais que deseja expandir sua atuação no mercado.
| Elemento | Descrição |
| Missão | “Oferecer soluções tecnológicas que promovam eficiência, segurança e qualidade de vida para os moradores de condomínios residenciais.” |
| Visão | “Tornar-se a principal referência em tecnologia para gestão de condomínios na região Sudeste até 2026, com sistemas integrados de monitoramento, segurança e gestão administrativa.” |
| Valores | – Inovação contínua. – Foco no cliente. – Ética em todos os relacionamentos. – Compromisso com a qualidade e segurança. |
2. Analise o ambiente interno e externo
Nesta etapa precisamos realizar um levantamento de informações que ajudem na formulação da estratégia. Para isso uma das técnicas recomendadas é a análise do ambiente organizacional que é separado em ambiente interno e externo.
No ambiente interno estão as forças e fraquezas da empresa (o que temos controle), no ambiente externo estão oportunidades e ameaças (fatores que a organização não controla). Uma ferramenta essencial na análise de ambiente é a análise SWOT, também chamada de Matriz FOFA, que além de mapear as forças e fraquezas internas, como competências, recursos e estrutura e as oportunidades e ameaças externas, como tendências de mercado, concorrência e mudanças econômicas, permite realizar o cruzamento e definição de estratégias baseado nesta combinação de fatores.
Seguindo no nosso exemplo resumido podemos ter na análise do ambiente as seguintes informações:
| Categoria | Descrição |
| Forças | – Portfólio robusto de produtos, como sistemas de controle de acesso e aplicativos para gestão condominial. – Experiência consolidada no mercado. |
| Fraquezas | – Dependência de profissionais especializados para personalizar as soluções. – Limitações na escalabilidade do suporte técnico. |
| Oportunidades | – Crescente demanda por tecnologias de automação residencial. – Aumento da digitalização de serviços administrativos. |
| Ameaças | – Concorrentes locais com menor custo operacional. – Adoção acelerada de novas tecnologias por empresas rivais. |
Após esse levantamento é crucial relacionar os fatores no que chamamos de SWOT Cruzada. Você pode apreender mais sobre no posto Guia prático: Análise SWOT
3. Definição de objetivos e metas estratégicas
Na etapa de definição de objetivos e metas o importante é conseguirmos trazer a visão e norte da estratégia para uma esfera mais material, ou seja, definir formas de atingir a nossa visão, chegando em objetivos e metas. Para isso é importante listar todos objetivos (resultados) que precisamos atingir para atingir nosso estado desejado, e para isso podemos aplicar ferramentas como BSC, para organizar nossos objetivos em perspectivas relacionadas, e a metodologia SMART para criar objetivos específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com prazo definido. Voltamos ao nosso exemplo agora relacionando as perspectivas do BSC com objetivos SMART:
| Perspectiva do BSC | Objetivo SMART |
| Financeira | “Expandir para três novas regiões metropolitanas até o final do próximo ano, aumentando a base de clientes em 20% e ampliando o faturamento em 25%.” |
| Clientes | “Aumentar o alcance das campanhas digitais em 30% no próximo semestre, com foco em síndicos e administradoras de condomínios.” |
| Processos Internos | “Reduzir o tempo de implementação de sistemas em 15% até o final do próximo ano.” |
| Aprendizado e Crescimento | “Treinar 100% da equipe de vendas em técnicas de negociação até o final do semestre.” |
4. Elabore um plano de ação
Com os objetivos estruturados precisamos desdobrá-los em ações práticas, podendo contar com a ajuda do método 5W2H. Este método auxiliai na construção de planos de ação através de alguns questionamentos, então para cada objetivo e iniciativa, podemos responder:
- O quê? (ação a ser feita)
- Por quê? (motivo da ação)
- Como? (etapas para executar)
- Quem? (responsáveis pela ação)
- Quando? (prazos)
- Quanto? (recursos financeiros necessários)
5. Monitore e ajuste continuamente
Com o plano traçado agora a etapa é o monitoramento! Para cada objetivo é importante termos indicadores de desempenho (KPIs) para acompanhar os resultados das metas se estão conforme o previsto e assim termos capacidade de revisar e ajustar o plano periodicamente. Isso permite repensar estratégias conforme mudanças no mercado ou no desempenho da organização.
Tópicos relacionados
- Missão, Visão e Valores: A base para construir a identidade organizacional.
- Gestão por Objetivos (GPO): Uma metodologia para alinhar metas individuais com as estratégicas.
- Balanced Scorecard (BSC): Ferramenta para conectar estratégia com execução e medir resultados.
Dúvidas frequentes
- Com que frequência o planejamento estratégico deve ser revisado?
O ideal é que o planejamento seja revisado anualmente para avaliar o progresso e fazer ajustes necessários. No entanto, empresas que atuam em mercados dinâmicos podem realizar revisões mais frequentes, como trimestrais ou semestrais. - O planejamento estratégico é útil para pequenas empresas?
Sim, ele é ainda mais importante para pequenas empresas, pois ajuda a concentrar recursos limitados em ações que realmente geram impacto. Além disso, ele contribui para um crescimento sustentável e organizado. - Quais ferramentas ajudam no planejamento estratégico?
Algumas das ferramentas mais úteis incluem:- SWOT: Para análise interna e externa.
- Balanced Scorecard: Para desdobrar estratégias em objetivos e indicadores.
- Canvas Estratégico: Para visualizar de forma prática os principais elementos do planejamento.
- 5W2H: Para criar planos de ação claros e organizados.
- Como engajar a equipe no planejamento estratégico?
Envolva os colaboradores desde o início, pedindo contribuições nas análises e decisões. Realize reuniões regulares para apresentar os avanços e mostre como cada pessoa contribui para alcançar os objetivos. Além disso, utilize painéis visuais para acompanhar os resultados de forma transparente. - Quais são os principais desafios do planejamento estratégico?
- Falta de dados confiáveis para análise.
- Dificuldade em alinhar todos os setores aos objetivos estratégicos.
- Resistência à mudança por parte dos colaboradores.
- Monitoramento insuficiente, resultando em planos que não são aplicados no dia a dia
